São
Paulo tem manifestação contra violência policial, impeachment e Temer
- 01/09/2016
19h44
- São
Paulo
O mundo precisa se posicionar sobre o estado de guerra civil que o Brasil vive há décadas. Não é apenas violência policial. É politica de enfrentamento, extermínio e de Estado (Paulo)
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
Pelo
terceiro dia seguido, manifestantes fazem hoje (1º) na capital paulista um
protesto pedindo a saída do presidente da República, Michel Temer, e contra a
redução de direitos sociais. Desde as 18h, ativistas se concentram no vão-livre
do Museu de Arte de São Paulo (Masp), de onde sairão em passeata em direção ao
Largo da Batata. Eles protestam também contra a violência da Polícia Militar,
que reprimiu o ato desta quarta-feira.
Ontem,
a manifestação partiu também do Masp com destino à sede do jornal Folha
de S.Paulo, na Rua Barão de Limeira, no centro. No entanto, a passeata,
quando estava na Rua da Consolação foi dispersada com bombas e gás pela Polícia
Militar (PM). Uma estudante foi atingida no olho e dois fotógrafos
foram presos durante a manifestação.
A
aluna da Universidade Federal do ABC Deborah Fabri, que integra o movimento
Levante Popular da Juventude, passou por exames na manhã de hoje em uma clínica
particular e informou, via redes sociais, que perdeu a visão do olho esquerdo.
Ela foi atendida durante a madrugada no Hospital das Clínicas.
Durante
a noite, a polícia continuou a reprimir os participantes do ato que se
espalharam pelo centro da cidade. Também foram registradas diversas
depredações, incluindo de uma agência bancária na Rua da Consolação, uma
viatura policial e a motocicleta de um cinegrafista.
Secretaria
de Segurança Pública
Em
nota divulgada na noite de ontem, a Secretaria de Segurança Pública diz que a
repressão começou depois que um grupo de manifestantes incendiou montes de lixo
e lançou pedras contra os policiais. Segundo o comunicado, um policial militar
foi ferido e levado para receber atendimento médico.
Hoje,
a secretaria informou que não vai permitir manifestações na Avenida Paulista no
próximo domingo (4). Segundo nota divulgada, “toda a extensão da avenida estará
reservada para o evento de passagem da tocha paralímpica, que integra a
cerimônia oficial dos Jogos Paralímpicos Rio 2016”.
Uma
manifestação está sendo convocada pelas redes sociais para o domingo, pela
Frente Brasil Popular e Povo sem Medo. Nos últimos três dias, manifestações
contra o presidente Michel Temer foram reprimidas pela Polícia Militar com uso
de bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta.
A
SSP-SP diz ainda que, de acordo com a Constituição, é obrigatória a comunicação
de hora, local e trajeto dos atos públicos. Apesar da convocação pela página do
Facebook, a secretaria disse que, até o momento, não recebeu qualquer
comunicado oficial de movimentos organizados sobre as manifestações públicas
nos próximos dias.
A
secretaria também disse que entrou em contato com a Universidade do ABC, onde
estuda Deborah Fabri, “para que sejam oferecidos os meios necessários para a
localização dela e para que a Polícia Civil possa registrar o fato em que ela
alega ter se envolvido e dar início às devidas investigações”. Segundo a
secretaria, ela não registrou boletim de ocorrência.
Edição: Fábio Massalli
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