Festival de
Tiradentes recebe fotos da tragédia de Brumadinho
Edital específico
foi aberto para inscrever imagens sobre o tema
Publicado em 24/03/2019 - 15:50
Por Letycia
Bond - Repórter da Agência Brasil Brasília
O Festival de
Fotografia de Tiradentes - Foto em Pauta começa na quarta-feira
(27) com 26 exposições confirmadas, além de diversas atividades gratuitas,
incluindo palestras sobre fotografia de família e pesquisa autoral.
Alguns
artistas dessa 9ª edição trazem obras com caráter de denúncia. É o caso de
Júlia Pontés, que, por meio da fotografia aérea, tenta dimensionar como a
atividade mineradora recai nas comunidades mineiras, por meio do ensaio Ó
Minas Gerais - Paisagens transitórias.
Para
fomentar a discussão em torno dos impactos das atividades da indústria
mineradora, a organização do festival abriu um edital específico para receber materiais relacionados ao
tema. Cada autor poderá enviar até 10 fotos que tenham documentado a tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro deste
ano, após rompimento de uma barragem da Vale. As buscas continuam até hoje,
com mais de 200 mortes confirmadas.
As fotos
selecionadas farão parte da projeção Testemunhos para o Não
Esquecimento, que será realizada na noite do dia 30 de março, em dois
pontos do Centro Cultural Sesiminas Yves Alves, no centro de Tiradentes (MG), e
em outros locais parceiros do festival. Os interessados em participar da
projeção devem efetuar sua inscrição até terça-feira (26).
A
resistência dos povos indígenas também será abordada durante o festival, na
mostra Ameríndios do Brasil, de Renato Soares, colaborador de
publicações como Scientific American e National Geographic. Ao
todo, a exposição trará um acervo que retrata mais de 40 etnias, resultado do
trabalho do fotógrafo e documentarista, que já dura mais de 25 anos.
Já a
exposição Água Morta, da fotógrafa Marilene Ribeiro, surge com a
proposta de aproximar o público de um exame sobre como as vidas podem ser
afetadas pelas usinas hidrelétricas. O trabalho, elaborado ao longo de quatro
anos, envolve depoimentos e textos, entre outros elementos, e direciona o debate
para as implicações desse tipo de empreendimento, que, frequentemente, acaba se
tornando a origem de violações de direitos humanos e injustiça ambiental.
Saiba mais
Edição: Talita Cavalcante
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