Brasil cai
em ranking mundial de competitividade
Economia brasileira ocupa a 72ª posição em lista de 140
países avaliados pelo Fórum Econômico Mundial. Falta de integração aos mercados
globais e altas tarifas de importação são alguns dos quesitos preocupantes no
país.
O Brasil somou 59,5 pontos, numa escala de zero a 100, e
ocupou apenas a oitava colocação dentro da América Latina
O Brasil caiu três posições e aparece em 72º lugar no ranking
que avalia a competitividade de 140 países, divulgado pelo Fórum Econômico
Mundial em conjunto com a Fundação Dom Cabral. Os Estados Unidos lideraram como
o país mais competitivo do mundo.
O Brasil soma 59,5 pontos, numa escala de zero a 100, e ocupa
apenas a oitava colocação dentro da América Latina – Chile (33º), México
(46º), Uruguai (53º), Costa Rica (55º), Colombia (60º), Peru (63º) e Panamá
(64º). Dentro dos Estados que formam o grupo do Brics, o Brasil ficou atrás de
todos: China (28º), Rússia (43º), Índia (58º) e África do Sul (67º).
Mundialmente, em 72º lugar, o Brasil fechou três posições
abaixo em relação à listagem de 2017. A maior economia da América do Sul teve
sua pontuação influenciada, sobretudo, por seu tamanho relativamente grande de
mercado (10º no mundo) e seu desempenho no quesito Saúde (73º).
Além disso, o Brasil lidera a região latino-americana no
quesito capacidade de inovação (40º no geral), mas segue abaixo de seu
potencial, segundo o estudo. A fraca integração de políticas e a falta de
coordenação entre os setores público e privado estão entre os fatores
institucionais que inibiram um melhor desempenho. A Alemanha liderou a lista de
país com a maior capacidade de inovação.
Por outro lado, o Brasil ocupou apenas a 108ª colocação no
quesito dinamismo empresarial. O país também teve maus resultados em produtos
(117º), como resultado da falta de concorrência no mercado, da presença de
políticas de distorção (subsídios) e da falta de integração aos mercados
globais, refletidas nas altas tarifas de importação (125º) e alta prevalência
de barreiras comerciais (136º). O documento apontou ainda que o desempenho do
mercado de trabalho segue sendo um dos maiores desafios para o Brasil, com
queda no último ano. Neste quesito, o Brasil caiu de 99º para 114º no ranking –
um indicativo de que as reformas aprovadas em 2017 com o objetivo de aumentar a
flexibilidade do mercado de trabalho ainda não produziram os efeitos desejados.
Segundo o relatório, o crescimento econômico na América
Latina aumentou modestamente em 2017. Os países exportadores de commodities,
como Brasil, Argentina e Chile, beneficiaram-se dos altos preços e da crescente
demanda global. A inflação foi mantida sob controle na maioria dos países, com
exceção da Argentina e, numa escala muito maior, da Venezuela.
Lideram a lista os Estados Unidos, com 85,6 pontos. Em
seguida estão Cingapura, Alemanha, Suíça, Japão, Holanda, Hong Kong, Reino
Unido, Suécia e Dinamarca.
O agora denominado Índice de Competitividade Global
4.0 é um pouco diferente das anteriores edições anuais, pois realizou
alterações na metodologia para, segundo descrito no próprio relatório, refletir
"a natureza mutável da competitividade econômica num mundo cada vez mais
transformado por novas tecnologias digitais".
Nesta edição, 60% dos indicadores avaliados são novos. O
índice de competitividade é formado por 98 variáveis agrupadas em 12 quesitos
distribuídos em quatro fatores de competitividade: ambiente institucional,
capital humano, mercados e ecossistema de inovação.
Num resumo geral, o relatório apontou que "a economia
global não está preparado para a quarta revolução industrial". Das 140
economias avaliadas mundialmente, incríveis 103 pontuaram abaixo da metade no
quesito capacidade de inovar.
"Abraçar a quarta revolução industrial se tornou um
fator determinante para a competitividade", diz Klaus Schwab, fundador e
presidente do Fórum Econômico Mundial. "Com este relatório, propomos uma
abordagem para avaliar o desempenho dos países em relação a esse novo critério.
Prevejo uma nova divisão global entre países que compreendem transformações
inovadoras e aqueles que não o fazem."
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