Governo do
Chile propõe reforma no sistema de saúde
Publicado em 23/04/2019 - 13:54
Por Marieta
Cazarré - Repórter da Agência Brasil Montevidéu
O
presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou uma reforma integral no sistema
de saúde do país, que atende mais de 14 milhões de pessoas.
A
iniciativa, apresentada em Santiago, visa fortalecer o sistema público (Fundo
Nacional de Saúde) e melhorar o atendimento no sistema privado. O projeto será
discutido no Senado e na Câmara.
Sebastián Piñera: mudanças na
saúde visam fortalecer o sistema público e melhorar o atendimento no setor
privado (Arquivo/José
Cruz/Agência Brasil)
Segundo
informações do governo, a ideia é aumentar a cobertura, a qualidade da atenção,
o acesso e a proteção aos usuários. Além disso, pretende-se tornar o sistema
privado também mais solidário, transparente e acessível para que a população
possa optar.
A reforma
tem como objetivo diminuir os gastos das famílias chilenas com saúde. Entre as
iniciativas, figura o aumento dos benefícios na compra de medicamentos. Segundo
Piñera, as mudanças devem corrigir, ainda, outras distorções do sistema.
Idade fértil
No Chile,
há planos de saúde em que as mulheres em idade fértil chegam a pagar até quatro
vezes mais do que os homens em uma mesma modalidade.
O novo
projeto estabelece preços iguais para ambos os sexos e, ainda, um esquema de
compensação solidário para diminuir a diferença de preços por idade ou condição
de saúde.
Assim, os
mais jovens e saudáveis deverão pagar um pouco mais e os idosos e doentes, um
pouco menos.
A
proposta defende a criação de um único plano de saúde (Plan de Salud Universal
- PSU), que será oferecido com a mesma cobertura pelas diferentes instituições
de saúde preventiva (Isapres).
Atualmente,
o Chile conta com mais de 4 mil empresas de planos de saúde. Com essa reforma,
ao unificar as modalidades, o governo quer facilitar a vida dos usuários, para
que possam comparar os valores e optar por qual empresa querem contratar o
serviço.
Atestados de saúde
Além
disso, será eliminada a necessidade de apresentação de atestados de saúde,
obrigando as seguradoras a oferecerem o plano a todos os usuários que o
solicitem, evitando que neguem os serviços a pessoas com doenças preexistentes.
O novo
plano deve incluir serviços ambulatoriais, hospitalares, de urgência,
maternidade e cuidados com o recém-nascido, serviços de saúde mental,
reabilitação, medicamentos, testes de laboratórios e raios-x, tratamentos para
doenças crônicas, pediatria e cuidados preventivos.
Os
usuários do sistema privado deverão arcar com um percentual de 20% dos gastos,
valendo para qualquer modalidade escolhida e para qualquer seguradora,
proporcionando uma igualdade de condições.
Atualmente,
os percentuais pagos pelos chilenos variam muito, não apenas entre os
diferentes planos de saúde, mas também de acordo com o procedimento realizado
pelo usuário.
Será
criada também uma proteção financeira adicional para as famílias, na forma de gasto
anual máximo. As instituições de saúde deverão cobrir todo valor que
ultrapassar o gasto máximo.
Edição: Kleber Sampaio
DÊ SUA OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO CONTEÚDO QUE VOCÊ ACESSOU.
Para registrar sua opinião, copie
o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.
Você será direcionado para o
"Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos
serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando
Nenhum comentário:
Postar um comentário