Inpe vai
monitorar desmatamento em mais quatro biomas
Mapeamento incluirá Caatinga, Pampa, Mata Atlântica
e Pantanal
Publicado
em 06/11/2019 - 16:43
Por Daniel
Mello - Repórter da Agência Brasil São Paulo
Até o fim do ano começaram a ser
disponibilizados dados periódicos sobre o desmatamento nos biomas Caatinga,
Pampa, Mata Atlântica e Pantanal. O sistema está sendo estruturado pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em um projeto apoiado pelo
Fundo Amazônia com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). O custo do projeto foi estimado em R$ 49,8 milhões.
O mapeamento é feito no mesmo
modelo do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite (Prodes), que também é usado para acompanhar a destruição da vegetação
nativa no Cerrado. O monitoramento na Amazônia é feito desde 1988 e o do
Cerrado, desde 2014. O sistema que vai englobar os demais biomas começou a ser
desenvolvido em 2017.
Segundo o coordenador do Programa
de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas do Inpe, Cláudio Almeida, os
primeiros dados deverão ser divulgados ainda este ano. Será possível ver o que
houve de supressão de vegetação nos quatro biomas desde 2016 até 2019. A partir
de 2020, serão publicados, de acordo com o pesquisador, relatórios anuais.
Primeiros resultados
Os dados preliminares mostram
que, até 2016, haviam sido suprimidos 43,8% da vegetação nativa do Pampa e
15,5% do Pantanal. De acordo com Almeida, apesar do ritmo de desmatamento
nessas regiões ser menor do que no Cerrado e na Amazônia, tais biomas também
sofrem com destruição contínua. “Nos outros biomas ainda se percebe uma
pressão, não com a intensidade que existe nas fronteiras agrícolas, como
Cerrado e Amazônia”, enfatizou. A apresentação foi feita hoje (6) durante o
evento DroneShow & MundoGEO Connect PLUS 2019.
Almeida disse que uma exceção a
esse processo é a Mata Atlântica, bioma em que existe um processo de
regeneração em algumas áreas antes ocupadas por atividades econômicas e que têm
sido deixadas de lado. “No Vale do Paraíba, algumas áreas que eram muito
ocupadas com pecuária foram abandonadas”, exemplificou.
Os dados do monitoramento, também
vão embasar os inventários de emissões de gases do efeito estufa apresentados
pelo Brasil nas conferências do clima das Nações Unidas.
Edição: Nádia
Franco
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