Índia nega ter proibido exportação de vacina para covid-19
Secretário da Saúde afirma que
governo não proibiu exportações de vacinas, e fabricante do imunizante de
Oxford volta atrás em declaração.
A Índia negou nesta terça-feira
(05/01) que tenha proibido a exportação de vacinas para a covid-19, e também o
presidente da empresa fabricante da vacina de Oxford declarou que não existe
tal proibição.
"O governo não proibiu a
exportação de qualquer vacina para covid-19. Isso deve ficar absolutamente
claro", disse o secretário da Saúde, Rajesh Bhushan,segundo informou o jornal Hindustan Times, de Nova Déli.
Pouco antes, o presidente da
empresa Serum Institute, Adar Poonawalla, afirmara que exportações de vacinas
são permitidas para todos os países.
Ele contradisse assim declaração
que havia dado na segunda-feira, quando afirmara que o governo indiano não
iria permitir a exportação da vacina de Oxford, que na Índia
é produzida pelo Instituto Serum.
A empresa é a maior produtora de
vacinas do mundo e foi contratada pela AstraZeneca para produzir 1 bilhão de
doses do imunizante para países em desenvolvimento, incluindo a própria Índia.
A fala de Poonawalla acabou sendo encarada como um revés para o plano do governo brasileiro de importar 2 milhões de doses da Índia, para apressar a vacinação no país sul-americano.
Adar Poonawalla agora diz que exportações de vacinas são permitidas para todos os países |
A importação excepcional dessas doses havia sido anunciada no sábado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ao longo do primeiro semestre, essa vacina será produzida no Brasil a partir do insumo farmacêutico importado da empresa chinesa WuXi Biologics, parceira da AstraZeneca.
Campanha no Brasil
A vacina da Oxford e da
AstraZeneca é a priorizada pelo governo brasileiro para a imunização contra a
covid-19. Segundo o acordo assinado entre a Fiocruz e Oxford/AstraZeneca, as
primeiras 100 milhões de doses destinadas aos brasileiros serão produzidas a partir
do princípio ativo importado do parceiro da AstraZeneca na China, que então
será preparado, envasado e rotulado no Brasil.
Durante o segundo semestre de
2021, a Fiocruz terá o controle total da tecnologia e passará a produzir também
o princípio ativo no país. A meta é entregar 210 milhões de doses no ano que
vem ao SUS. A Fiocruz afirma que pretende fazer o pedido para autorização de
uso do imunizante nos próximos dias.
O Instituto Butantan, ligado ao
governo de São Paulo, também importou doses de uma vacina contra covid-19
produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac. O governo paulista diz que
seu estoque já chega a 10,8 milhões de doses, e as autoridades paulistas
preveem que a imunização no estado comece em 25 de janeiro, mas ainda não solicitaram
o registro à Anvisa.
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