Planos do
Brexit de May são lançados ao caos com decisão judicial
2016-11-04
16:55:44丨portuguese.xinhuanet.com
Destaque: Londres, 3 nov (Xinhua)
-- Os planos da Primeira Ministra da Grã-Bretanha Theresa May em retirar o
Reino Unido da União Europeia (UE) foram lançados ao caos na quinta-feira.
A Alta Corte de Londres decidiu
que o parlamento, e não o governo de May, deve ativar o mecanismo do Artigo 50
para iniciar o processo do Brexit.
A decisão de três dos juízes
líderes na Grã-Bretanha enviou ondas de choque através de Westminster, com
oficiais do governo agora estudando o julgamento completo.
Dentro de uma hora da decisão, o
governo confirmou que irá recorrer da decisão levando o caso para a corte mais
alta da Inglaterra, a Suprema Corte.
Os legisladores do governo têm
recebido permissão para “acelerar” a apelação ao pular a etapa da Corte de
Apelação e indo diretamente à Suprema Corte.
Uma data no início de dezembro já
foi definida para a audiência de apelação, com todos os 11 juízes presentes
para decidirem o caso.
Um porta-voz do governo expressou
desapontamento sobre o julgamento da Alta Corte. “O país votou para deixar a
União Europeia em um referendo aprovado por um Ato do Parlamento,” ele disse.
“E o governo é obrigado a respeitar o resultado do referendo,” disse o
porta-voz.
Não é sabido se o objetivo do
governo de May de ativar o Artigo 50 até o final de março próximo será
atingido.
Um grupo de indivíduos que
levaram o caso à lei para desafiar os planos do Brexit de May estavam em estado
de júbilo após a decisão, descrevendo como uma vitória da democracia
parlamentar. Eles pedem ao governo que não recorram da decisão junto à Suprema
Corte.
Advogado David Greene, um dos
indivíduos que levaram o caso à corte, disse que apesar de ter votado pelo Brexit,
sua visão é de que é o parlamento que deve ativar o Artigo 50.
Na quinta-feira, o juíz Thomas
disse: “O governo não tem o poder sob a prerrogativa da coroa de iniciar o
Artigo 50 para que o Reino Unido se retire da União Europeia.”
Jeremy Corbyn, líder do principal
partido de oposição, o Partido do Trabalho, disse: “Esta decisão sublinha a
necessidade do governo de levar a negociação aos termos do parlamento sem
atraso.”
Nigel Farage, ex-líder do partido
UKIP, que é anti-UE, disse após o julgamento: “Agora temo que qualquer
tentativa será feita para bloquear ou atrasar a ativação do Artigo 50. Eles não
têm ideia do nível de descontentamento público que eles irão provocar. Acredito
que podemos estar no início, com este julgamento, de um processo onde há uma
deliberada e voluntária tentativa da nossa classe política de trair os votos de
17,4 milhões de eleitores.”
Um especialista em legislação
alertou que a decisão pode significar que o Brexit não irá mais acontecer.
Professor Jon Tonge, professor de
política na Universidade de Liverpool, disse: “O governo pode apelar contra a
decisão, mas de qualquer forma, já mostra que a batalha pelo Brexit está longe
de acabar. O parlamento irá determinar os termos de como deixaremos a UE. A
falta de consenso sobre de como qualquer acordo do Brexit será feito pode
significar que ele nunca acontecerá.”
A questão está centrada em quem é
responsável por implementar a vontade do povo, o governo ou o parlamento?
A partir do momento que ela se
tornou Primeira Ministra em julho deste ano, o mantra de Theresa May tornous-e
Brexit significa Brexit e ela irá liderar as pessoas na saída da UE.
Comentaristas políticos já especulam se May adiantará as eleições gerais para
colocar sua autoridade à prova.
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