Nomeações
de Trump para novo governo geram críticas
- 18/11/2016 16h58
- Washington e Roma
Da
Agência Ansa
O presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, indicou nesta sexta-feira (18) três nomes para
importantes pastas de seu futuro governo. As escolhas geraram críticas de
organizações não governamentais (ONGs) e de especialistas em segurança
internacional. As informações são da Agência Ansa.
O nome mais polêmico é o do
general aposentado Michael Flynn, indicado para ser assessor de segurança
nacional. A ONG Human Rights Watch afirmou que Flynn tem "desprezo"
pelos direitos humanos e destacou que, durante a campanha eleitoral, ele apoiou
métodos de tortura contra suspeitos de terrorismo.
Especialistas norte-americanos
ouvidos pela agência Associated Press dizem que Flynn tem uma "relação
muito boa" com a Rússia, o que poderia pôr em risco a segurança dos
norte-americanos. Essa postura não seria "vista com bons olhos" por
veteranos especialistas em segurança nacional.
O futuro presidente escolheu
ainda o deputado republicano Mike Pompeo para assumir o comando da Agência
Central de Inteligência (CIA). Membro do Tea Party, a ala
ultraconservadora dos republicanos, Pompeo é um crítico ferrenho do acordo
nuclear com o Irã e deve trazer um tom mais "pesado e rígido" para a
agência, segundo a mídia norte-americana.
Cerca de 24 horas antes de ser
nomeado - e aceitar o cargo - o novo diretor da CIA voltou a criticar o
"desastroso acordo com o maior Estado financiador do terrorismo" e
postou o link de uma matéria em que diz que é "fácil" acabar
com o pacto internacional.
Trump ainda indicou o senador de
Alabama Jeff Sessions para o posto de secretário da Justiça, informou a mídia
dos Estados Unidos. Sessions é um dos maiores e mais fiéis aliados da campanha
do republicano, tendo sido o primeiro parlamentar a declarar apoio ao magnata.
Segundo a emissora CBS News, o
senador é o "arquiteto" por trás dos planos do novo mandatário sobre
questões polêmicas da campanha, como a imigração, a luta contra o terrorismo e
a revogação de acordos comerciais internacionais. Sessions também já enfrentou
processos, na década de 1980, por comentários racistas contra um advogado
negro. O nome do senador ainda não foi confirmado oficialmente.
Com os três nomes, Trump já tem
cinco membros de seu futuro governo. No dia 13 deste mês, ele anunciou que
Reince Priebus, presidente do Partido Republicano e expoente do establishment
que o magnata tanto criticou, será seu chefe de Gabinete. Já Stephen
Bannon, acusado de ser membro de grupos de supremacia branca, foi escolhido
como seu conselheiro sênior.
Edição: Nádia
Franco
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