Chefes de
Estado estão em Pequim para cúpula sobre infraestrutura
- 13/05/2017 13h51
- Pequim
Ana
Cristina Campos – Enviada especial da Agência Brasil*
A chamada
"ponte dourada na estrada da seda", estrutura montada do lado de fora
do centro de convenções onde será realizado o fórum Xinhua/Direitos Reservados
Chefes de Estado e de Governo já estão em Pequim
para participar do Fórum do Cinturão e da Rota para a Cooperação Internacional
(Belt and Road Forum for International Cooperation, em inglês) que visa a
aumentar o investimento em projetos de infraestrutura em países da Ásia, da
Europa e da África.
O evento, que tem início amanhã (14) e deve contar
com a presença de quase 30 líderes mundiais, é o mais importante desde que a
iniciativa Um Cinturão, Uma Rota (One Belt, One Road) foi lançada em 2013 pelo
presidente chinês, Xi Jinping.
Os líderes começaram a chegar à capital chinesa na
quinta-feira (11) para participar do fórum e fazer visitas de Estado. Os
primeiros-ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Grécia, Alexis Tsipras, e o
presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, são alguns dos chefes de Estado e
de Governo que já estão em Pequim. Os presidentes da Argentina, Mauricio Macri,
e do Chile, Michelle Bachelet, são os únicos líderes da América Latina que vão
participar do evento.
A ideia da iniciativa chinesa é promover uma rede
de infraestrutura, comércio e cooperação econômica ao longo dos mais de 60
países que compõem o que Pequim pretende estabelecer como uma Nova Rota da
Seda, revivendo no século 21 as rotas milenares que conectavam o Ocidente e o
Oriente.
O governo tem enfatizado que a iniciativa não foi
proposta para beneficiar apenas a China. Nos documentos e declarações, as
autoridades têm ressaltado que o objetivo é promover desenvolvimento mútuo e
compartilhado com os países que quiserem participar dessa nova articulação
internacional.
Saiba
Mais
“A iniciativa Um Cinturão, Uma Rota é aberta e
inclusiva. Damos as boas-vindas para que todas as partes [do mundo]
participem”, disse ontem (12), em entrevista coletiva, o porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, após ser perguntado sobre
a participação da delegação norte-americana no fórum.
Nova Rota da Seda
A iniciativa é composta pelo Cinturão Econômico da
Rota da Seda, que busca ligar a China por meio de ferrovias e rodovias aos
países da Ásia, da Europa e da África, e pela Rota da Seda Marítima do Século
21, cujo foco são os investimentos em modernização de portos nas regiões
abrangidas pela proposta chinesa.
Para apoiar as obras de transporte, energia e
telecomunicações, foi estabelecido em 2014 o Fundo da Rota da Seda, com US$ 40
bilhões de recursos. Além do fundo, em 2015, a China criou o Banco Asiático de
Investimento em Infraestrutura que, segundo o governo, já aprovou financiamento
para projetos no valor de US$ 1,7 bilhão.
Fórum
As discussões da reunião de alto nível deverão se
concentrar nas áreas de obras em infraestrutura, investimento industrial,
cooperação econômica, comercial, financeira e marítima, recursos energéticos,
intercâmbio cultural e meio ambiente. A expectativa do governo chinês é que
sejam firmados cerca de 50 acordo de cooperação.
Além de líderes mundiais, são esperados o
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o
presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e a diretora-gerente do Fundo
Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
O embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, e
o secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República,
Hussein Ali Kalout, vão representar o Brasil no fórum internacional.
*A
repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe
Edição: Juliana
Andrade
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