300
bilhões de dólares em ouro estão embaixo de Londres
Números oficiais foram publicados pela primeira vez
nesta semana e revelam presença de 596 mil barras de ouro que somam 7.449
toneladas
2 ago
2017, 18h36 - Publicado em 2 ago 2017, 15h58- REVISTA EXAME
Rainha Elizabeth II inspeciona armazenamento de
ouro (WPAPool/Getty Images)
São Paulo – Quem caminha por Londres, no Reino Unido, não pode imaginar
que debaixo dos seus pés esteja uma quantidade inimaginável de ouro.
A cidade tem um estoque de exatas
596 mil barras de ouro que somam 7.449 toneladas com valor
estimado em US$ 298 bilhões.
O estoque de prata é ainda maior,
mas menos valioso: 1.069.255 barras que pesam 32.078 toneladas e somam US$ 19
bilhões.
Os números se referem ao final de
março e foram publicados nesta semana pela London Bullion
Market Association (LBMA).
É a primeira vez que isso
acontece, com a justificativa de dar “transparência” ao setor. Os números serão
publicados mensalmente, mas com um atraso de 3 meses. Não estão incluídas
jóias, por exemplo.
Cerca de 68% de todo o estoque de
ouro da cidade é controlado pelo Bank Of England, o banco central britânico,
ainda que não seja de posse direta dele.
O banco age como intermediário
para outras partes do governo britânico e para outros governos, além de bancos
comerciais e cliente.
O resto do ouro é controlado por
7 atores privados, entre eles bancos como o HSBC e o JP Morgan, que estão
cadastrados para participar de transações.
Segundo a LBMA, a capital
britânica é o maior centro de comercialização de ouro do mundo, com cerca de
US$ 18 bilhões movimentados por dia. A título de comparação, a movimentação
diária em Xangai, na China, é de apenas US$ 1 bilhão.
Dependendo da necessidade, ouro
pode ser trazido para Londres de lugares próximos como a Suíça, que também tem
estoques gigantescos, diz a nota oficial assinada por Joni Teves, estrategista de
metais preciosos do banco UBS.
Ficar de olho nesses estoques é
interessante porque o ouro costuma ser procurado em momentos de maior risco por
ser considerado uma reserva de valor.
A tendência é que sua demanda
aumente em momentos de turbulência (o que sobe o preço) e caia durante a
calmaria (o que o deixa mais barato).
O valor do ouro disparou entre a
crise de 2008 e setembro de 2011, quando atingiu o patamar elevado onde ficou
por cerca de um ano.
Entre o final de 2012 e o final
de 2015 a trajetória foi de queda, mas no último ano e meio a taxa voltou a
subir de patamar, ainda que com muitas flutuações.
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