Defesa
denuncia "intenção deliberada de macular imagem de Lula"
Advogados reagiram à
denúncia feita pelo MP de SP, afirmando que apuração não é isenta
Os advogados de defesa do
ex-presidente Lula reagiram à denúncia feita pelo Ministério Público de São
Paulo na quarta-feira (9), na qual o promotor Cassio Conserino acusa Lula de
crime de ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro
por suposta compra do triplex no Guarujá. Em nota, o advogado Cristiano
Zanin Martins afirmou que "a denúncia do Ministério Público de
São Paulo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi antecipada no
dia 22 de janeiro à revista Veja pelo promotor de Justiça Cássio Roberto
Conserino, antes, portanto, da conclusão do procedimento investigatório. Hoje,
Conserino apenas formalizou o resultado, deixando claro que a apuração não foi
isenta, decorrendo tão somente da parcialidade e da intenção deliberada de
macular a imagem de Lula, imputando crime a pessoa que o promotor sabe ser
inocente".
"Apuração não foi isenta,
decorrendo tão somente da parcialidade e da intenção deliberada de macular a
imagem de Lula", afirma defesa do ex-presidente
O advogado de Lula destacou ainda
que "Conserino transformou duas visitas a um apartamento no Guarujá em
ocultação de patrimônio". "A família do ex-presidente Lula nunca
escondeu que detinha uma cota-parte de um empreendimento da Bancoop, tendo
solicitado o resgate desta cota no final de 2015. O promotor responde a
sindicância disciplinar no MP-SP, que é acompanhada pelo CNMP, justamente por
ter antecipado o resultado antes de ter chegado ao fim das investigações. A
conduta de promotor apenas confirma que o MP-SP e o MPF estão investigando os
mesmos fatos, apontando a necessidade de o STF decidir sobre qual órgão do MP
tem competência para tratar do assunto", reforçou.
O Ministério Público Estadual de
São Paulo (PM-SP) protocolou na noite desta quarta-feira (9) na Justiça
denúncia contra Lula. A investigação não tem relação com as investigações
em curso na operação Lava Jato e vinha sendo desenvolvida desde agosto do ano
passado. As denúncias envolvem o triplex no Guarujá, que é alvo na operação
sobre a Petrobras.
O Instituto Lula também reagiu às
acusações. "Não há nenhuma novidade na denúncia do Ministério Público de
São Paulo, que já havia sido anunciada na revista Veja, em 22 de janeiro
de 2016, pelo promotor Cássio Conserino. Cássio Conserino não é o promotor
natural do caso e pré-julgou antes de ouvir o ex-presidente, mostrando que é
parcial", diz.
O instituto destaca ainda:
"O ex-presidente Lula não é proprietário nem de triplex no Guarujá nem de
sítio em Atibaia, e não cometeu nenhuma ilegalidade. Ele apresentou sua defesa
e documentos que provam isso ao promotor Cássio Conserino. Essa denúncia só
reforça a necessidade do Supremo Tribunal Federal de avaliar ação dos advogados
do ex-presidente sobre a competência da investigação feita em duplicidade pelo
Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de São Paulo."
Veja, na
íntegra, a nota dos advogados de Lula:
Nota
A
denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o ex-Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva foi antecipada no dia 22 de janeiro à revista Veja pelo promotor
de Justiça Cássio Roberto Conserino, antes, portanto, da conclusão do
procedimento investigatório. Hoje, Conserino apenas formalizou o resultado,
deixando claro que a apuração não foi isenta, decorrendo tão somente da
parcialidade e da intenção deliberada de macular a imagem de Lula, imputando
crime a pessoa que o promotor sabe ser inocente.
Conserino
transformou duas visitas a um apartamento no Guarujá em ocultação de
patrimônio. A família do ex-Presidente Lula nunca escondeu que detinha uma
cota-parte de um empreendimento da Bancoop, tendo solicitado o resgate desta
cota no final de 2015.
O
promotor responde a sindicância disciplinar no MP-SP, que é acompanhada pelo
CNMP, justamente por ter antecipado o resultado antes de ter chegado ao fim das
investigações.
A conduta
de promotor apenas confirma que o MP-SP e o MPF estão investigando os mesmos
fatos, apontando a necessidade de o STF decidir sobre qual órgão do MP tem
competência para tratar do assunto.
Cristiano
Zanin Martins
'Acabou.
É como Café Filho, Getúlio e Collor', diz Sarney sobre Dilma
Senador Romero Jucá afirmou, em
reunião, que impeachment é questão de tempo
Jornal
do BrasilEduardo Miranda
Um dos principais caciques do
PMDB, o ex-presidente da República José Sarney deu a sentença do governo da
presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (9), diante de senadores da
legenda.
"Acabou (o governo). É como
Café Filho, Getúlio e Collor", disse Sarney, numa breve frase, sinalizando
para os próximos movimentos que o maior partido da base aliada poderá fazer em
relação ao Palácio do Planalto.
Em outro encontro, o senador
Romero Jucá (RR), tido como uma espécie de porta-voz do presidente do Congresso
Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a destituição do
governo é questão de tempo.
"Já caiu. É esperar apenas
mais quatro meses até o impeachment", declarou Jucá, dando indícios de
que, ao contrário do que vem afirmando ministros do núcleo duro do Planalto, o
processo de impeachment na Câmara dos Deputados não morreu.
Reunidos em encontro de novembro
(na foto), caciques voltam à Convenção Nacional deste sábado (12)
Neste sábado (12), o governo terá mais uma prova de
fogo, quando o PMDB se reúne para sua Convenção Nacional. Em princípio, o
encontro é para a eleição da Executiva Nacional, mas são esperados discursos
inflamados da ala que prega a saída da base aliada do governo.
Principal aliado de Dilma hoje no PMDB, Renan
Calheiros vem afirmando que seu partido precisa ser prudente para não agravar a
crise, mas externou na reunião de ontem a necessidade de "dar um cavalo de
pau". Segundo o presidente do Senado, "é preciso escolher a quem
vamos entregar o governo, fazer uma transição no sistema de governo.
Presidencialismo é um fábrica incontrolável de crises”.
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