Em nota,
Dilma nega pagamento irregular a João Santana
- 26/05/2016 19h57
- Brasília
Mariana
Branco - Repórter da Agência Brasil
Presidenta Dilma durante cerimônia que marca o
início do revezamento da Tocha Olímpica no Brasil José Cruz/Agência Brasil
A presidenta afastada Dilma
Rousseff divulgou nota hoje (26) negando pagamento irregular ao publicitário
João Santana, responsável pela sua campanha em 2014. A nota vem após a TV Globo
divulgar novos áudios de conversas do ex-presidente da Transpetro, Sérgio
Machado, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o
ex-presidente José Sarney.
Em conversa com Sarney, Machado
afirma que a delação premiada da Odebrecht atingiria Dilma, pois ela teria
tratado diretamente com a construtora solicitando pagamento a Santana. Na nota,
Dilma afirma que os pagamentos ao publicitário na campanha de reeleição foram
“regularmente contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo TSE
[Tribunal Superior Eleitoral]”.
Segundo a presidenta afastada, os
repasses a João Santana na campanha de 2014 totalizaram R$ 70 milhões, sendo R$
50 milhões no primeiro turno e R$ 20 milhões no segundo turno.
“Os valores destinados ao
pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de contas, demonstram
por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria havido outro pagamento
não contabilizado para a remuneração dos serviços prestados”, afirma a nota.
Dilma diz ainda que acha
“curioso” que pessoas que estavam distantes da coordenação de sua campanha
presidencial possam dar informações de “como foram pagos e contabilizados os
recursos arrecadados legalmente para a sua realização”. De acordo com a
presidenta afastada, comentários em conversas entre terceiros não indicam a
origem das informações e não têm credibilidade.
Dilma Rousseff qualificou como
“escusas” e “direcionadas” o que chamou de tentativas de envolver o seu nome em
situações das quais ela nunca participou. Segundo a presidenta afastada, as
tentativas “só se explicam em razão de interesses inconfessáveis”.
Desde o último dia 23, quando a Folha
de S.Paulo divulgou o conteúdo de conversas de Sérgio Machado com o agora
licenciado ministro do Planejamento, Romero Jucá, os áudios gravados pelo
ex-presidente da Transpetro têm causado turbulência política. Nos dias que se
seguiram, o jornal divulgou novas conversas de Machado, dessa vez em conversas
com Renan e Sarney.
O ministro Teori Zavascki,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, homologou ontem (25) o acordo
de delação premiada de Machado.
Leia a íntegra:
NOTA DE
ESCLARECIMENTO
Acerca da
divulgação do teor de conversas gravadas em que se atribui à presidenta Dilma
Rousseff a solicitação de pagamento ao publicitário João Santana pela empresa
Odebrecht, cumpre esclarecer que:
1. Todos
os pagamentos feitos ao publicitário João Santana na campanha da reeleição de
Dilma Rousseff totalizaram R$ 70 milhões (R$ 50 milhões no primeiro turno e R$
20 milhões no segundo turno). Os referidos pagamentos foram regularmente
contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo TSE.
2. Os
valores destinados ao pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de
contas, demonstram por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria
havido outro pagamento não contabilizado para a remuneração dos serviços
prestados.
3. É
curioso que pessoas que estiveram distantes da coordenação da campanha
presidencial, de sua tesouraria, possam dar informações de como foram pagos e
contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização.
Comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das
informações não têm nenhuma credibilidade.
4. As
tentativas de envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em situações das
quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e
direcionadas. E só se explicam em razão de interesses inconfessáveis.
Assessoria
de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Presidenta Dilma Rousseff
Edição: Maria
Claudia
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