China
abre seu mercado de 1,3 bilhão de consumidores para o mundo
- 26/01/2018 09h15
- Brasília
José
Romildo - Repórter da Agência Brasil
O
encarregado de Negócios da embaixada da China no Brasil, ministro Song Yang, e
a ministra conselheira Xia Xiaoling falam sobre abertura do mercado chinês para
o mundo -Valter Campanato/Agência Brasil
A China está abrindo seu mercado
de 1,3 bilhão de consumidores para o Brasil e para todos os países que queiram
aproveitar essa oportunidade. As nações e empresas interessadas devem
participar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China, a se realizar
no Centro de Convenções da cidade chinesa de Xangai, de 5 a 10 de novembro de
2018.
“É raro ver um país promover uma
exposição com foco em importações e é exatamente isso que a China está fazendo”
disse a ministra-conselheira da Embaixada chinesa no Brasil, Xia Xiaoling.
Segundo ela, muitos países estão interessados em participar do evento, mas o
Brasil ainda não reservou um estande para mostrar seus produtos, apenas confirmou
que participará do Pavilhão das Nações, uma mostra paralela à exposição. “O
Brasil parece que não tem pressa”, afirmou a conselheira.
Segundo Xia Xiaoling, os países
que responderam afirmativamente, até 31 de janeiro deste ano, ao convite para
participar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China terão grande
desconto no pagamento do espaço.
“Não temos problemas em importar
mais do Brasil”, disse o encarregado de Negócios da embaixada chinesa, ministro
Song Yang, que não se mostrou preocupado com o crescente superávit brasileiro
com a China. Ele acrescentou que não entende por que alguns setores brasileiros
se queixam de que a China só importa commodities como soja em grão e
minérios de ferro.
“Queremos importar muito mais.
Queremos importar produtos tecnológicos de alta qualidade, peças de automóveis
e muitos outros produtos industrializados e aeroespaciais. Basta que o Brasil
participe da Exposição Internacional de Importação da China e mostre seus
produtos. Sem conhecer o produto brasileiro, o chinês não pode comprar mais”,
disse Song Yang.
Turismo
Song Yang disse que, também na
área de serviços, o Brasil não está aproveitando as vantagens oferecidas pela
China. Citou o exemplo do turismo. No ano passado, a China enviou para o
exterior 129 milhões de turistas. Para o Brasil, porém, só vieram 60 mil. De
acordo com Song Yang, o Brasil não investe em propaganda na China para tornar
conhecidas suas belezas turísticas. “Tudo o que o chinês sabe sobre o Brasil se
limita ao Corcovado, ao Cristo Redentor, ao Parque Nacional do Iguaçu e ao
Neymar”.
Em termos de produtos
tradicionais de exportação brasileiros, a ausência de publicidade também está
provocando a perda de mercado na China. O diplomata chinês disse que atualmente
o café da Colômbia e de alguns países da América Central está ganhando terreno
em detrimento do café brasileiro.
Comércio bilateral
Song Yang lembrou que, apesar de
o Brasil não explorar todo o potencial de seu comércio, as vendas favorecem o
lado brasileiro. Em 2017, o Brasil exportou US$ 47,48 bilhões para a China e
importou US$ 27,32 bilhões, tendo um superávit de US$ 20,16 bilhões. Isso
significou um grande avanço nas exportações brasileiras para a China, já que no
ano anterior o superávit chegou a US4 11,7 bilhões.
No que se refere a investimentos,
o Brasil recebeu a preferência chinesa. Segundo Song Yang, a América Latina e o
Caribe constituíram a segunda região do mundo que recebeu mais investimentos
chineses, depois da Ásia. A China canalizou até 2017 cerca de US$ 207 bilhões
em investimentos diretos para a América Latina e o Caribe. Desse total, o
Brasil recebeu cerca de US$ 50 bilhões.
Edição: Graça
Adjuto
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